

O impacto femoroacetabular é um conflito anormal do fêmur com a cavidade da bacia, ou seja, durante o movimento os ossos das duas estruturas entram em contato quando isso não deveria ocorrer. Se o problema for causado pela má-formação óssea da região, tratamentos conservadores, como a fisioterapia, podem ajudar a controlar a dor, mas não resolvem a causa básica.
Além disso, postergar a correção da doença pode danificar o labrum acetabular e a cartilagem do quadril, o que predispõe ao desenvolvimento da artrose do quadril e pode piorar os resultados dos tratamentos posteriores. Tal quadro pode levar a necessidade de cirurgia de prótese de quadril no futuro.
Quais os tipos de impacto femoroacetabular?
Existem dois tipos de impacto femoroacetabular, classificados assim pela origem do conflito ósseo.
- Tipo clássico — uma deformidade óssea no acetábulo, na cabeça do fêmur ou em ambos que leva ao impacto durante o movimento.
- Tipo funcional — provocado por atividades físicas que demandam um movimento extremo do quadril — como balé, capoeira e taekwondo, por exemplo — ou em alterações posturais estruturadas.
Os tratamentos possíveis
O impacto femoroacetabular pode ser abordado de forma conservadora ou cirúrgica. Entretanto, as formas não cirúrgicas — fisioterapia, infiltração, medicamentos orais — não resolvem o conflito mecânico (ósseo) presente no impacto do tipo clássico.
A videoartroscopia é o procedimento padrão ouro para o tratamento do problema. Por equipamento endoscópico de vídeo, o ortopedista refaz os contornos do fêmur e acetábulo, trata a cartilagem e a lesão do labrum, além de corrigir outros problemas encontrados durante a cirurgia.
A fisioterapia no tratamento do impacto femoroacetabular
É preciso entender que a fisioterapia conduzida por um bom profissional é parte essencial de qualquer protocolo de tratamento ortopédico. No impacto femoroacetabular não é diferente. Contudo, para pacientes com o tipo clássico da doença, ela pode ser mais efetiva se realizada após o procedimento cirúrgico.
É possível aliviar a dor do paciente com impacto femoroacetabular com o uso de múltiplas técnicas conservadoras — a fisioterapia é uma delas. Mas pode ser necessário, também, que o paciente restrinja suas atividades esportivas e de rotina que demandem a flexão extrema do quadril, caso contrário, pode haver piora e agravamento do quadro.
Os perigos de não tratar
A deformidade óssea presente no impacto femoroacetabular clássico pode levar a diversas lesões das estruturas circundantes. Se a deformidade não for corrigida, estas lesões podem piorar, mesmo que o tratamento conservador retire a dor.
Por consequência, no futuro, o desgaste ósseo-cartilaginoso pode levar ao desenvolvimento de artrose grave e gerar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, como a prótese de quadril, por exemplo.